Lembremos o quinto mandamento da Igreja:”Ajudar a Igreja em suas necessidades”.
O Código de Direito Canônico (Cân 222) menciona essa obrigação: “§ 1. Os fiéis têm a obrigação de prover às necessidades da Igreja, de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade, e para a honesta sustentação dos seus ministros.
Uma das formas de suprir essas necessidades é através do Dízimo, no qual o fiel destina uma porcentagem da sua renda ou bens à Igreja.
Na Bíblia Sagrada diversos versículos mencionam o Dízimo, apontando que ele seria a décima parte dos bens que cada família produzia e que era ofertada a Deus em sinal de gratidão. Cada família entregava aos sacerdotes dez por cento dos produtos da terra para a manutenção do templo e dos serviços religiosos.
O Documento 106 da CNBB (O dízimo na comunidade de fé – orientações e propostas) cita que “o dízimo é uma contribuição sistemática e periódica dos fiéis, por meio da qual cada comunidade assume, corresponsavelmente, sua sustentação e a da Igreja. Ele pressupõe pessoas evangelizadas e comprometidas com a evangelização” (N.6).
O Catecismo da Igreja Católica no ítem 2043, quando menciona o quinto mandamento, “recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades”..
Dom Adelar Baruffi, Bispo de Cruz Alta, em um artigo publicado no portal da CNBB explicou as dimensões do dízimo. “A primeira dimensão do dízimo é religiosa. Tem a ver com Deus. Diante de tudo o que tenho e trabalhei para ter, Deus é sempre a fonte última. Qualquer outro fundamento primeiro não está certo. Ele é o Senhor de tudo. Ao contribuir com o dízimo, o fiel deve dizer no seu interior: “obrigado, Senhor”. Em segundo lugar, tem a ver com a comunidade eclesial. Eu estou e sou Igreja de Jesus Cristo. Isto significa que quando comentamos algo da Igreja, falamos de nós mesmos. A formação dos membros da comunidade, com cursos e atualizações, juntamente com todo o tipo de catequese é essencial hoje. Sem esta formação, não é possível ser cristão hoje. Em terceiro lugar, o dízimo deve ser missionário. Isto em duas dimensões. Primeiro em ir, sair, levar a Palavra. Isto sabemos que custa. E é um recurso bem aplicado. Em segundo lugar, em ser missionário com as paróquias que tem menos condições. Não é bom que haja tanta disparidade de recursos de uma com a outra. Em quarto lugar, a dimensão caritativa, que se manifesta no cuidado com os pobres, por parte da comunidade. Os primeiros cristãos diziam que “entre eles ninguém passava necessidade” (At 4,34). Este cuidado pastoral com os necessitados é profundamente evangélico e nunca deve ser esquecido. Deve-se prever, no orçamento anual, este gasto paroquial. Enfim, os recursos advindos da contribuição com o dízimo servem também para a manutenção e conservação dos bens e propriedades das comunidades: funcionários, templos, salões, casa do padre, carro, alimentação e tantos outros itens.”